segunda-feira, 11 de abril de 2011

O que faz você feliz: o pote de ouro ou o arco-íris?

Ana Carolina Seara

Vivemos na atualidade a corrida na “busca da felicidade”. Receitas, fórmulas, todas indicando o caminho, o “mapa da mina”, que leva ao tesouro escondido. Isso me faz lembrar do pote de ouro, que o dito popular diz haver no final do arco-íris. A analogia é ótima, afinal, nunca ninguém alcançou a ponta do arco-íris, mas muitos ainda vivem procurando encontrar. E, nessa busca, perdem a beleza do espetáculo, das cores desenhadas no céu por minúsculas partículas atravessadas pela luz do sol. Essa é a metáfora perfeita dessa geração, perdem a beleza da vida para correr atrás do ouro, e só quando chegam no fim do arco-íris, descobrem que aquilo pelo qual buscavam não passou de uma ilusão e, quando frustrados, procuram o desenho colorido no céu...ele não está mais lá.

Assim é a vida. Um conjunto de muitos eventos que se sucedem. Alguns são belos e indescritíveis, outros são avassaladores e desastrosos. A felicidade não existe como um estado permanente, como uma conquista ou um prêmio no final do jogo. O que existe são momentos de felicidade. Mas também existe uma espécie de predisposição, algo que tem muito mais a ver com a forma de sermos e de encararmos os fatos, uma capacidade de ponderar, tolerar, valorizar, colocar sob perspectiva os acontecimentos e atribuir-lhes o real valor. E o valor real de um acontecimento é interno e individual. Isso talvez seja algo que possa ser aprendido ou desenvolvido com a experiência. É uma coisa que observamos normalmente nas pessoas mais velhas e mais experientes (apesar de que anos de vida e experiência, no sentido de maturidade, nem sempre andam juntos).

A cada ano que passa, temos a oportunidade de lidar com uma série de acontecimentos novos, tanto bons, quanto ruins. A forma como vamos lidar com eles fica registrada, é a nossa bagagem. Quanto mais experiências mais chances de aprendermos boas lições e de não repetirmos aquilo que nos faz mal, buscando fazer as coisas de um modo que seja mais coerente com nossos desejos. É certo que nem sempre conseguimos fazer isso sozinhos, sem a ajuda de um profissional (seja ele um guru, um professor, um psicólogo, enfim, alguém que nos ajude a mudar a perspectiva e perceber outras coisas). Mas o fato é que nossa experiência poderia estar a nosso favor, mas nem sempre é assim, algumas pessoas envelhecem e mantêm formas de ser muito primitivas, pararam no tempo e não conseguiram superar os desafios próprios do desenvolvimento humano. São adultos que se comportam como crianças ou adolescentes, alguns deles ainda se orgulham disso, afinal ironicamente vivemos na época do culto à juventude - mas ser infantil ou imaturo, não é o mesmo do que parecer fisicamente com uma criança ou jovem.

E agora? Não existem receitas. Não esperem fórmulas prontas, aliás desconfiem das fórmulas e dos potes de ouro. Mas, não percam a capacidade de aprender e observar. Afinal alguns arco-íris somem em poucos segundos, outros permanecem por horas no céu - e nunca sabemos qual deles iremos encontrar.

5 comentários:

  1. Oi Ana...

    Adorei seu texto.

    Vou dar uma passadinha aqui mais vezes...

    Bjs,

    Keity.

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  2. Oi Keity, Obrigada!
    Fique a vontade pra visitar o blog.. de tempos em tempos coloco um novo texto!
    beijo, Ana

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  3. Olá Ana!
    Adorei o texto. Sempre bom lembrar de apreciar o arco-íris... Abraço, Grazielle.

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  4. Oi Grazielle,
    Obrigada! Sim, o arco-íris é um belo espetáculo que surge sem menos esperarmos e vai embora sem previsão... E na vida, são tantos os "arco-íris", que é preciso estar atento para apreciar a beleza e singularidade de cada um deles!
    Abraço, Ana

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  5. Parabéns pelo texto!!! Idéias muito bem colocadas! Muito realista!

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