segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mude-se


Ana Carolina Seara

Acabo de voltar de um congresso: Congresso Nacional de Gestalt-terapia. Gestalt-terapia é a abordagem que escolhi dentre as tantas que conheci na época de faculdade, escolha da qual me orgulho, pois, através dela, encontro respostas e consigo entender o mundo de uma forma que me parece coerente. Através dela, também encontro sentido no meu cotidiano de trabalho: é gratificante ver o resultado da aplicação de um conhecimento. Por esse motivo, continuo acreditando e seguindo nesse caminho, o caminho de ser psicoterapeuta.

Nesse congresso, no interior de São Paulo, fomos contemplados com uma bela paisagem e um sol aconchegante na semana em que as chuvas castigaram o estado em que moro (Santa Catarina). Se de um lado o sol brilha e aquece, de outro a chuva alaga e afoga: triste paradoxo, cada vez mais frequente - consequências da falta de cuidado do ser humano com o planeta terra? Não sei! E lá no congresso, o X Congresso Brasileiro da Abordagem Gestáltica, o tema era “ O ser humano”.

Por lá presenciei muitas coisas. Assisti a vários trabalhos que valeram a viagem, apresentei trabalhos, vivi momentos tensos e outros muito agradáveis - assim como na vida. E, por tudo que vi e vivi, fiz algumas reflexões que compartilho aqui.

O que estamos fazendo com nosso planeta? O que estamos vivendo nas nossas relações? Como tratamos as pessoas que vivem em nossa cidade? O que cultivamos em nossa vida? Como tratamos o próximo e o anterior: Como olhamos para os idosos e as crianças? Que sociedade é essa que nos ensina a consumir e nos tornarmos produto de consumo? Onde vamos parar?

Perguntas difíceis de serem respondidas. Mas, se não podemos respondê-las, devemos ao menos gastar alguns minutos refletindo sobre elas.

Escutei em um dos trabalhos que tive o prazer de assistir uma reflexão/discussão interessante que dizia que talvez o ser humano não acabe com o planeta, mas, se ele continuar tratando tão mal seu “hospedeiro”, talvez a terra numa tentativa de sobrevivência, acabe com o ser humano.- Fato! E muito coerente, por sinal.

Se não ensinarmos essa e as próximas gerações a tratar bem quem lhe possibilita viver, poderemos ser extintos. E, nesse sentido, temos de aprender a tratar bem, não só nosso planeta, mas também nossos pais e avós, os mais velhos (e ainda não entendo por que essa palavra, ao invés de significar sabedoria, tornou-se um pejorativo!). Precisamos aprender com a experiência, precisamos resgatar a sabedoria daqueles que viveram mais do que nós para podermos ensinar aqueles que acabaram de nascer.

Se eu tivesse de escolher uma palavra para definir a experiência desses três dias de congresso, escolheria a palavra: mudança.

Mudança de atos, mudança através da experiência. Observação - reflexão - ação. Retorno de São Pedro, renovada e feliz, acreditando novamente nisso que é a base do meu trabalho cotidiano: para sermos psicoterapeutas, independente da abordagem que seguimos, precisamos acreditar na mudança e na capacidade de mudar que todos possuímos.

E, hoje, se eu pudesse te desejar algo muito bom, te desejaria a possibilidade de mudar. Mudar sempre que necessário.

2 comentários: