* Ruínas de Machu Picchu. Por Ana C. Seara
Ana Carolina Seara
Viajar é preciso. Conhecer outros
ares, outras culturas, outras pessoas, outras línguas e outros lugares. A ampliação
de conhecimentos proporcionada por uma viagem não tem preço, por mais econômica
ou onerosa que seja a opção.
Acabo de retornar de uma viagem
ao Peru. A motivação dessa viagem foi o convite da Asociación Gestaltica de Perú para apresentar um trabalho que eu e
minha querida amiga Maria Balbina Gappmayer desenvolvemos no I Congreso Nacional e Internacional de
Terapia Gestalt en Perú, realizado em outubro deste ano (2012), em Lima.
Mas, além disso, decidi ampliar a viagem e conhecer Machu Picchu.
Conseguir conciliar trabalho e
lazer tem sido um de meus objetivos pessoais. Trabalho com pessoas, na tarefa
de estar 100% disponível àquilo que meu consulente (paciente ou cliente) traz,
seja como conteúdo, seja como forma (que se refere à maneira como as coisas são
ditas, aos hábitos motores que acompanham cada palavra ou cada silêncio). Esse
trabalho, por mais habitual que ele seja para mim hoje em dia, é um trabalho complexo,
que exige que minha atenção esteja voltada para esse outro que encontro
semanalmente e para tudo aquilo que se faz presente numa sessão através do
impacto que seu discurso e forma despertam em mim. Tenho de estar atenta às
minha sensações e fazer uso delas em proveito desse que me procura. Para tanto,
tenho de cuidar muito de mim, da minha qualidade de vida, com todos os recursos
disponíveis para estar bem, como fazer supervisões, minha terapia pessoal,
seguir me aprimorando em cursos e especializações. Além disso, preciso estar
bem fisicamente, cuidar da minha saúde, alimentação, atividade física e lazer.
Tento cuidar de todos esses detalhes, pois sei que isso reverte num trabalho de
qualidade para aqueles que me procuram.
Então, conheci uma parte dessa linda cidade que é Lima, conheci um pouco de sua
cultura e história. Um povo receptivo e simpático. No congresso, tivemos a
oportunidade de assistir a alguns trabalhos e conhecer um pouco mais sobre
aquilo que renomados Gestalt-terapeutas têm desenvolvido pelo mundo afora. Por ocasião das atividades sociais no hotel onde todos estávamos hospedados, pudemos conhecer um pouco mais sobre quem são essas pessoas, por
traz daquilo que se mostra enquanto função personalidade (como nome, país de origem, trabalhos
desenvolvidos, reconhecimento, etc.). Nesse congresso, compartilhamos uma experiência muito particular, não observamos as tão
famosas disputas de egos, nem os estrelismos comuns em eventos com figuras tão
reconhecidas, uma experiência realmente preciosa!
Com relação ao trabalho que
apresentamos, Abordagem Gestáltica para pacientes oncológicos, ficamos
muito satisfeitas, pois apesar do desafio de falar em um outro idioma,
que não em nossa língua materna,
tivemos o retorno de que fomos bem compreendidas e algumas pessoas vieram nos
agradecer pessoalmente por
estarmos lá compartilhando nossas experiências. É muito bom saber que aquilo
que desenvolvemos aqui no Brasil é reconhecido mundo afora e que podemos ajudar
a ampliar horizontes de trabalhos não apenas junto daqueles que nos cercam, mas
também com aqueles que estão a milhas
e milhas de distância daqui.
Para fechar meu encontro com esse pais encantador que é
o Peru, fui a Cusco, com o desejo de conhecer a tão famosa cidadela de Machu
Picchu. Cusco é uma cidade pequena,
segura, com uma vida simples que gira em torno do turismo. Pessoas do mundo inteiro visitam a
cidade, além do espanhol era muito comum escutar francês, inglês, alemão e o
nosso português do Brasil. Nas noites de Cusco, a sinfonia era dada pelos cães
que, como guardiões dessa cidade histórica, estão soltos por todos os lados e
durante a noite são os donos das ruas. O inconveniente? A altitude, o ar
rarefeito tirou um pouco da disposição nos primeiros dias. Depois de
aclimatizar segui rumo ao destino
final: Machu Picchu! De Cusco a Machu Picchu, uma travessia que levou algumas
horas de trem e ônibus. Mas, ao final de tudo, avistar a fantástica obra de
engenharia construída em 1450, num lugar a 2400 metros de altitude com um
verde de encher os olhos e uma energia única, foi incrível!
Retorno de mais uma viagem com a
mala cheia. Cheia de muita energia, muitas lembranças boas, algumas histórias
pra contar e um sorriso no rosto de satisfação por mais um desafio vencido!
E eu sigo agradecendo por mais essa
oportunidade que a vida e minhas escolhas me proporcionaram!!
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