segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"Além do horizonte deve ter..."

 
* Ruínas de Machu Picchu. Por Ana C. Seara

Ana Carolina Seara

Viajar é preciso. Conhecer outros ares, outras culturas, outras pessoas, outras línguas e outros lugares. A ampliação de conhecimentos proporcionada por uma viagem não tem preço, por mais econômica ou onerosa que seja a opção.

Acabo de retornar de uma viagem ao Peru. A motivação dessa viagem foi o convite da Asociación Gestaltica de Perú para apresentar um trabalho que eu e minha querida amiga Maria Balbina Gappmayer desenvolvemos no I Congreso Nacional e Internacional de Terapia Gestalt en Perú, realizado em outubro deste ano (2012), em Lima. Mas, além disso, decidi ampliar a viagem e conhecer  Machu Picchu.

Conseguir conciliar trabalho e lazer tem sido um de meus objetivos pessoais. Trabalho com pessoas, na tarefa de estar 100% disponível àquilo que meu consulente (paciente ou cliente) traz, seja como conteúdo, seja como forma (que se refere à maneira como as coisas são ditas, aos hábitos motores que acompanham cada palavra ou cada silêncio). Esse trabalho, por mais habitual que ele seja para mim hoje em dia, é um trabalho complexo, que exige que minha atenção esteja voltada para esse outro que encontro semanalmente e para tudo aquilo que se faz presente numa sessão através do impacto que seu discurso e forma despertam em mim. Tenho de estar atenta às minha sensações e fazer uso delas em proveito desse que me procura. Para tanto, tenho de cuidar muito de mim, da minha qualidade de vida, com todos os recursos disponíveis para estar bem, como fazer supervisões, minha terapia pessoal, seguir me aprimorando em cursos e especializações. Além disso, preciso estar bem fisicamente, cuidar da minha saúde, alimentação, atividade física e lazer. Tento cuidar de todos esses detalhes, pois sei que isso reverte num trabalho de qualidade para aqueles que me procuram.

Então, conheci uma parte dessa linda cidade que é Lima, conheci um pouco de sua cultura e história. Um povo receptivo e simpático. No congresso, tivemos a oportunidade de assistir a alguns trabalhos e conhecer um pouco mais sobre aquilo que renomados Gestalt-terapeutas têm desenvolvido pelo mundo afora. Por ocasião das atividades sociais no hotel onde todos estávamos hospedados, pudemos conhecer um pouco mais sobre quem são essas pessoas, por traz daquilo que se mostra enquanto função personalidade (como nome, país de origem, trabalhos desenvolvidos, reconhecimento, etc.). Nesse congresso, compartilhamos uma experiência muito particular, não observamos as tão famosas disputas de egos, nem os estrelismos comuns em eventos com figuras tão reconhecidas, uma experiência realmente preciosa!

Com relação ao trabalho que apresentamos, Abordagem Gestáltica para pacientes oncológicos, ficamos  muito satisfeitas, pois apesar do desafio de falar em um outro idioma, que não em nossa língua materna,  tivemos o retorno de que fomos bem compreendidas e  algumas pessoas vieram nos agradecer  pessoalmente por estarmos lá compartilhando nossas experiências. É muito bom saber que aquilo que desenvolvemos aqui no Brasil é reconhecido mundo afora e que podemos ajudar a ampliar horizontes de trabalhos não apenas junto daqueles que nos cercam, mas  também com aqueles que estão a milhas e milhas de distância daqui.

Para fechar meu  encontro com esse pais encantador que é o Peru, fui a Cusco, com o desejo de conhecer a tão famosa cidadela de Machu Picchu. Cusco é uma cidade pequena,  segura, com uma vida simples que gira em torno do turismo.  Pessoas do mundo inteiro visitam a cidade, além do espanhol era muito comum escutar francês, inglês, alemão e o nosso português do Brasil. Nas noites de Cusco, a sinfonia era dada pelos cães que, como guardiões dessa cidade histórica, estão soltos por todos os lados e durante a noite são os donos das ruas. O inconveniente? A altitude, o ar rarefeito tirou um pouco da disposição nos primeiros dias. Depois de aclimatizar segui rumo  ao destino final: Machu Picchu! De Cusco a Machu Picchu, uma travessia que levou algumas horas de trem e ônibus. Mas, ao final de tudo, avistar a fantástica obra de engenharia construída em 1450, num lugar a 2400 metros de altitude com um verde de encher os olhos e uma energia única, foi incrível!

Retorno de mais uma viagem com a mala cheia. Cheia de muita energia, muitas lembranças boas, algumas histórias pra contar e um sorriso no rosto de satisfação por mais um desafio vencido!

E eu sigo agradecendo por mais essa oportunidade que a vida e minhas escolhas me proporcionaram!!

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